quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Um Comentário Fez-me Regressar ao Começo...


A Maria do Rosário Pedreira publicou o texto, "Conselhos aos Jovens", nas suas "Horas Extraordinárias", que visito diariamente e onde comento sempre que me apetece (muitas vezes, diga-se de passagem...).
Ela abordou a relação entre os escritores consagrados e quem se inicia, ou quer iniciar, neste mundo, com uma perspectiva pouco positiva, até pelos exemplos que ofereceu.
Isso fez com que comentasse hoje, contando quase a história da vida do meu primeiro livro, o romance, "Bilhete para a Violência". Como escrevi quase um "testamento", achei por bem reproduzi-lo aqui, na minha "Carroça...

«Ontem não me apeteceu dizer nada, por achar que o tema nos poderia levar para mais que um lugar. Sei que há escritores e escritores, pelo que as generalizações são sempre polémicas. Sei também, por experiência própria, que quando somos mais jovens e andamos a girar à volta do nosso primeiro livro, somos invadidos por uma inocência e uma vontade de partilhar, que pode não ser a mais recomendável. E os passos seguintes podem ser "tiros no escuro", com decepções à mistura, ou "golpes de sorte".

Embora o primeiro romance que escrevi seja banal e tenha passado despercebido (“Bilhete para a Violência” - terminado em 1992, publicado em 1995), contou com ajudas importantes de três escritores.

Como na altura praticava o jornalismo com entrevistas, tive a felicidade de entrevistar "gente do alto", como dizia Wilson Brasil, que no caso particular que vou focar, por serem escritores, fez com que falássemos de livros e até nos encontrássemos várias vezes para falar da literatura e de outras coisas. Refiro-me a Dinis Machado, Francisco José Viegas e Inês Pedrosa, todos óptimos conselheiros, neste  meu caso pessoal.

Dos três, Inês Pedrosa (curiosamente com quem mantive menos proximidade), ao tempo jornalista do "Expresso", foi quem demonstrou mais interesse em ler o meu manuscrito e quem fez uma melhor leitura critica (ainda guardo, religiosamente, este manuscrito anotado a lápis, com tanta informação pertinente...).

Com o Francisco aconteceu uma coisa diferente. contei-lhe ao telefone pormenores da história do meu livro e ele, do outro lado, disse-me que já tinha lido aquele romance. Imaginem a minha surpresa. como é que era possível?...

Mas era...

Era possível porque o Dinis Machado depois de ler o meu manuscrito aconselhou-me a concorrer ao prémio "Caminho Policial" e o Francisco fazia parte do júri...

Embora da "Caminho" nunca soubesse nada do livro, o Francisco falou-me posteriormente do seu percurso, que tinha sido finalista juntamente com outra obra e embora não fosse atribuído o prémio nesse ano, o júri considerou que ambas as obras deveriam ser publicadas na colecção "Caminho Policial".

Como nunca recebi qualquer indicação da "Caminho", se não fosse o Francisco, não sabia o que tinha acontecido ao meu primeiro romance, nem que tinha sido finalista, nem que esteve a um passo de ser publicado pela editora...

Desculpem ter contado quase a "história da minha vida literária". mas achei que devia dizer isto, porque cada caso é um caso, e há muita gente boa nos meios literários, que sente curiosidade por outras histórias, pelas motivações dos novos autores, etc.

Felizmente o mundo não é apenas composto por "Diderots" ou "Roths"...

Continuo a pensar que apesar de ser um risco, é preferível dar a ler aos outros o que escrevemos, que ficar escondido numa gaveta.»

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Aprender com os Erros


Uma das coisas boas da vida é dar-nos a oportunidade de aprender com os nossos próprios erros.

Em 2010 organizei e coordenei uma antologia de autores da SCALA, com trabalhos de poesia, contos, ensaios, artes plásticas e fotografia.

A ideia inicial não foi minha, assim como a forma de financiamento (prejudicial para a Associação Cultural como pensara...). Também tinha sido indicada uma data para o seu lançamento e como tive a sensação que a pessoa que tinha dado a ideia, estava à espera que o livro aparecesse sozinho, com o meu voluntarismo, coloquei mãos à obra. 

Por envolver à volta de três dezenas de pessoas, foi, um processo mais lento e complexo que o desejado, o que não possibilitou que todos os autores lessem ou vissem as suas provas. A tipografia também estava com muito trabalho na altura e não tratou este livro como deveria. Não corrigiu algumas gralhas detectadas e muito menos obedeceu a prazos estabelecidos (o livro esteve quase quinze dias parado no seu interior e depois só nos foram dados dois dias para rever as provas...).

Moral da história, houve pelo menos quatro autores que se viram prejudicados, por erros inadmissíveis (falta de frases, poemas trocados ou desaparecidos, etc).

Aprendi uma grande lição: em qualquer outro trabalho colectivo que organize, todos os autores terão acesso às provas da tipografia, mesmo que a data previsível do lançamento tenha de ser adiada.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

José Saramago e "O Scala"



Em 1998 publiquei uma crónica de homenagem a José Saramago,  no boletim almadense, "O Scala", pela sua consagração como escritor através da sua escolha como "Prémio Nobel da Literatura".

Poderão ler a crónica no meu "Largo".

sábado, 1 de setembro de 2012

25 Olhares de Abril




"25 Olhares de Abril", é um livro de crónicas em que vinte cinco pessoas, de uma forma geral ligadas ás letras, contam como foi o seu 25 de Abril, editado em 2008.

Fui convidado pelo seu coordenador, o ecomonista Carlos Garrido, a  escrever também a "minha história".
Como em Abril de 1974 tinha apenas 11 anos e vivia nas Caldas da Rainha, uma cidade quase nada revolucionária, não contei nenhuma história do arco da velha.  Tentei sim, ser o mais rigoroso possível à minha memória...
E claro, fui o cronista mais jovem do livro.

Embora este livro embora esteja "esgotado", de vez enquanto encontro um ou outro, nas muitas feiras que se fazem com obras fora do mercado, e quase sempre a preços convidativos (2/3 euros). Por exemplo na última feira que se fez em Almada, na praça S. João Baptista, comprei dois, com o objectivo de oferecer a amigos que nunca o tenham lido.

Caso queiram ler a minha história deixo aqui o seu link.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Ainda os Livros da Incrível


Em 2010 colaborei na edição do livro, "Na Viragem do Milénio, 160 Anos Incríveis", com vários textos, dos quais destaco os em que faço a história da sua Biblioteca e também do seu boletim e das suas publicações (sem contar com este ensaio, trata-se de oito volumes da História da Incrível e ainda um livro de banda desenhada e outro de literatura infantil).

Esta colaboração só foi possível graças a Carlos Guilherme, coordenador e mentor da obra.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A Incrível é Mesmo uma Paixão


Durante a "2ª Festa da Poesia de Almada", que decorreu no Salão de Festas da Incrível Almadense, na comemoração do Dia Mundial da Poesia, fiz um pequeno caderninho, que foi distribuído gratuitamente pelos presentes, com excertos de poemas, ilustrados com imagens retiradas do livro de banda desenhada que procura retratar a vida da Incrível, da autoria de Luís Poças (a ilustração escolhida é dele) e João Carvalhal, onde constava este poema.

Posteriormente o poema foi aproveitado para a contracapa de um livro que está praticamente feito, onde se fez a recolha de todos os poemas descobertos sobre a Incrível, desde o século XIX ao século XXI. A obra tem como título, "A Incrível e a Poesia Através dos Tempos (1892 - 2012)".

Era bom que o livro fosse lançado em Outubro, durante 164º aniversário da Incrível, mas... 


A Incrível é Mesmo uma Paixão

… E continua a ser Incrível,
164 anos depois,
para nossa satisfação.

Os “Velhos de Almada”,
(tal como os do “Restelo”
na epopeia dos descobrimentos…)
enganaram-se nas suas
tristes congeminações,
A Incrível acabou fortalecida
Com as suas duas cisões.

E hoje a Incrível Almadense,
conta já três séculos de travessia
de coração feliz e independente,
bem viva e cheia de poesia.


                                                    Luís Milheiro

domingo, 5 de agosto de 2012

Talvez Ela não Fosse Assim Tão Burra...


Há várias fotografias em que a Marylin surge a ler.

Não sei se apenas "lê para o retrato", ou se gostava mesmo de ler...

Ela surge aqui na "Carroça" (e em todos os meus blogues), por gostar dela e de louras, e por ter partido há cinquenta anos e continuar tão viva...

sexta-feira, 20 de julho de 2012

A Porta Tatuada



Este é um dos meus poemas do livrinho, "foto-poesias".


A fotografia é do poeta Alberto Afonso.


a porta tatuada

a porta tatuada
tem quase tudo:

amores, loucuras,
sonhos, ilusões
nomes e travessuras

hoje está fechada

mas foi durante anos e anos
porta de entrada…

quarta-feira, 30 de maio de 2012

foto-poesias


Mesmo sendo um pequeno caderno com apenas 24 páginas (edição artesanal...), a sua apresentação foi um momento único, na tarde de 19 de Maio.

Sei que o ambiente familiar, a amizade entre os presentes e a própria apresentação de Ermelinda Toscano, foram propícios à tal "magia", que nem sempre acontece.

Tanto eu como o Alberto Afonso ficámos muito agradados pelas palavras amigas e também pela vontade de declamar os vinte poemas (e também vinte fotografias, de Almada e Cacilhas...) da nossa autoria.

Houve vários poemas que foram lidos três vezes, um ou dois quatro, outros duas vezes, só um ou dois é que apenas foram declamados apenas uma vez...
Até houve estreias públicas, como foi o caso da Gena.

Que tarde bem passada, em especial para os autores.

sábado, 26 de maio de 2012

Outros Livros (1)


Em 2010 escrevi a biografia, "Henrique Mota, Atleta, Treinador, Dirigente e Escritor", sobre uma das grandes figuras da cultura e do desporto almadense do século XX, que tive a honra de conhecer e ter como amigo.

Além do livro também comissariei uma exposição fotográfica evocativa da sua vida, que teve lugar na Sala Pablo Neruda do Fórum Romeu Correia, em Setembro de 2010, onde também foi apresentado o livro (no dia em que faria noventa anos...).

Estupidamente não quis assinar a autoria do livro, colocando o meu nome na ficha técnica como coordenador (erradamente até aparece como autor o meu amigo Diamantino Lourenço, revisor da obra, por gralha da tipografia...) e não como autor. Fiz isso porque além das duas primeiras partes, em que faço a sua biografia e também uma análise crítica à sua obra literária, também são publicados doze contos, premiados no "Concurso Literário Henrique Mota", organizado pela SCALA e pelo Ginásio Clube do Sul em 2002, subordinado ao conto desportivo.

domingo, 22 de abril de 2012

O Meu Poema para a "Festa da Poesia de Almada"


A SCALA fez mais uma vez um caderninho de poemas, que divulgou e ofereceu aos autores no dia 21 de Março, Dia Mundial da Poesia, durante a realização da "2ª Festa da Poesia de Almada", no Salão de Festas da Incrível Almadense.

Este foi o meu poema:


beleza triste
  
Caminhas só e em silêncio,
No meio do frio e da gente
Sem soltar qualquer lamento
Muito menos o teu grito urgente.
Grito de quem é mulher-objecto
Tratada como mercadoria
E usada neste mundo masculino
Sem espaço para o sonho e fantasia.

Queres muito chegar a casa
Deixar as ruas vagabundas
Descansar de mais um dia feio
Que te deixou marcas profundas.
Um homem oferece-te uma frase batida
Porque nada esconde a tua beleza
Nem mesmo os dramas da vida
Que pintam o teu rosto de tristeza.


                                                                           Luís Milheiro






segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Os Dois Novos Livros


No passado sábado foram apresentados em Almada dois novos livrinhos da minha autoria, "A Dança das Palavras" (vinte e oito histórias curtas publicadas no "Largo da Memória") e "Almoço de Poetas do Ginjal" (prosa poética...) que já estão disponíveis para todos os interessados. 

Basta entrarem em contacto através do e-mail colocado ali mesmo ao lado...

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Dois Novos Livros


Não lhes devo chamar livros, já que cada um deles tem apenas 32 páginas.
São dois pequenos livros, um de prosa poética, outra de histórias curtas (estas publicadas na blogosfera...).


O primeiro trata-se de uma segunda edição, revista e aumentada, que tem como título, "Almoço de Poetas no Ginjal". Quase que lhe poderia chamar um sonho escrito, em que me surgem poetas de quase todos os lados, como palavras ditas ao Tejo (palavras retiradas de poemas e livros, que falam sobre o melhor rio do mundo).


A sua apresentação será no próximo dia 18 de Fevereiro.


Esta é a capa da primeira edição.


Entretanto vou dando notícias...